Escâneres
Multifuncionais
Teoricamente, o preço que se paga em tecnologia é
diretamente proporcional ao resultado que o produto pode lhe proporcionar.
Em outras palavras, quanto melhor, mais caro.
Mas nem sempre o melhor é adequado pra determinada pessoa.
Logo, o caro, que no caso de scanners é muito caro, justificaria apenas para quem usa com muita
frequência e necessita da mais alta qualidade, ou seja, laboratórios,
gráficas, bureaux de impressão, empresas de digitalização e
armazenamento de documentos digitais, etc.
É
bom, portanto, remarcar que, se a intenção é escanerizar diariamente muitos documentos, é
necessário ter
equipamentos que tenham a capacidade de escanerizar altos volumes por
dia.
É
difícil determinar qual o scanner que Você precisa, mas podemos
tracejar uma escala de sugestões calculada em base as prestações
oferecidas por algumas marcas e modelos.
Em
matéria de escâneres multifuncionais as opções são ainda muito
limitadas:
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Toda a série de escâneres MicroREI é multifuncional no
verdadeiro sentido da palavra. Estas jóias da nossa era capturam
documentos frente e verso até o formato A4 e Letter, geram PDF/A
on-line, protocolam os documentos utilizando até código a barras,
imprimem carimbos, interpretam códigos a barras, OCR e ICR
automaticamente, assim como podem ler linhas magnéticas cmc7 e E13b. O
designer é projetado para devolver os documentos na mesma ordem de como
entraram e alcançam uma velocidade de até 150 páginas por minuto e
300 imagens por minuto. O preço é o melhor do planeta, sendo que o
software de digitalização e arquivação de documentos é incluso na
compra do equipamento com serviços básicos de SQL local e opcionais de
Web Services e protocolo SOAP.
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Kodak, concorrente direto da REI, possui uma
linha de escâneres tradicionalmente imbatíveis por velocidade e
prestações, além de ter equipamentos especiais para documentos fora
de padrão. Contudo, estes escâneres são muito caros e nem completamente multifuncionais de verdade. Cada modelo possui, de fato,
somente um parcial das funções dos MicroREI. Além do mais, o
software não é incluso no equipamentto, mas deve ser adquirido
através de uma solução fornecida a parte, conforme exigências do
comprador.
Entre
os escâneres nem totalmente multifuncionais mas com prestações que
se adaptam a uma correta digitalização simples dos documentos, podemos
citar o ArtixScan DI4020 da MicroTek, acompanhado por um
rudimentar software da ABBYY Fine Reader para o OCR.
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Como
determinar uma marca e modelo de Scanner que possa satisfazer nossas
exigências.
É
com certeza a pergunta mais difícil a se responder. A inumerável
quantia e diversidade de marcas e modelos oferecidos no mercado atual
apresentam características frequentemente enganadoras, sendo que esta
tecnologia, para se sustentar, aponta inicialmente sobre a quantidade de
potenciais consumidores que, de fato, não sempre são grandes empresas,
fóruns, bancos, cartórios ou públicas administrações.
Como
resultado, lamentamos que 95% dos equipamentos para digitalização,
presentes no comércio, são projetados e saem de fábrica com funções
e prestações que em breve seremos obrigados a rejeitar, admitindo não
ter corretamente avaliado antes o que estavamos comprando. A curiosidade
e a vontade de ter uma multifuncional com OCR (a possibilidade de
capturar uma imagem e reconhecer os caracteres como texto) representa
há anos o sonho do usuário comum e do profissional brasileiro. Este
desejo, pouco suportado pela informação e o conhecimento do que
realmente seria uma tecnologia OCR de verdade e como ela possa ser
utilizada da melhor maneira, é ainda o alvo dos predadores do mercado
da digitalização.
Sem
citar marcas ou modelos específicos porque, com quase certeza cada um
de nós tem em casa ou no escritório ou no ambiente de trabalho um
destes equipamentos de baixo nível, chamados frequentemente de
multifuncionais, quero emumerar a seguir algumas características que
fazem destes instrumentos algo de inútil e, em breve, peças que, além
de ocupar as vezes muito espaço e gastar enormes quantias de consumíveis, deverão ser necessariamente doados para entidades de
caridade, entidades públicas com poucos recursos governamentais ou
abandonadas nas ruas, perto das lixeiras, para que alguns coletores de
lixo levem e usem para ganhar um dinheirinho, que servirá para tomar uma
cervejina a mais no final de semana.
1)
Scanner que digitaliza uma folha por vez, e só de um lado, gera muito
tempo de trabalho humano e facilita, de sequência, erros na
digitalização. Além do mais, estes escâneres são lentos e utilizam mercúrio.
Você já deve ter reparado que as vezes eles apresentam uma mensagem de
espera alertando que o equipamento deve aquecer antes de escanerizar.
Eles são, portanto produtos tóxicos e não deveriam estar
disponíveis para crianças.
2)
Muitas marcas apresentam modelos de escâneres, multifuncionais e não,
descrevendo seus produtos como geradores de arquivos de imagem com OCR
ou Pdf. Isto, quase nunca é verdade. 95% dos modelos de escâneres em
comércio não têm OCR on-line e não geram OCR on-line. De fato, estes
equipamentos são acompanhados por um software de gestão que mascara
esta geração como opção escolhida pelo Usuário, mas capturam
somente imagens Bitmap que, após ser transformadas em Jpeg passam por
um processamento via software para cumprir o pedido.
Neste sentido, a
maioria dos equipamentos mantém uma parceria com empresas tipo IRIS,
ABBYY Fine Reader ou LeadTools, que fornecem um toolkit de
desenvolvimento para o tratamento das imagens após a captura. Isto
gera, para o Usuário, um tempo de espera e reduz a velocidade do
trabalho de digitalização. Ademais, este tipo de digitalização,
interdita frequentemente a possibilidade do reconhecimento on-line que
leva ao OMR (interpretação de formulários pré-definidos).
3)
O Escâner não é uma impressora, mas pode ser uma impressora se tiver
linhas de impressão para protocolar ou carimbar os documentos durante a
escanerização.
4)
Para um escâner ser multifuncional, além de ter linhas para impressão
e soltar PDF online, ao invés que simples imagens, deve ter também uma
verdadeira tecnologia OCR integrada no firmware, que leia e interprete
códigos a barras, campos de caracteres pré-definidos e até caracteres
E13b e cmc7. É difícil ainda hoje entender porque os Bancos, que detém
a maior parte do capital de giro do país, se obstinam a não utilizar
escâneres multifuncionais de alta tecnologia nas Agências: Uma atitude
que, além de continuar favorecendo o uso tóxico do mercúrio
com impressoras multifuncionais de alto custo, deixa para fora a
possibilidade de capturar, com o mesmo equipamento, além dos normais
documentos, os cheques.
Para quem ainda não sabe, a troca de cheques
por imagem já é finalmente uma realidade no Brasil desde 31 de março
de 2011. Seria então uma atitude antieconômica? Ou talvez não dá
para compartilhar o mesmo equipamento entre os caixas e os gerentes de
mesa?
5)
Enfim, se nossa intenção for digitalizar altos volumes de documentos,
podemos bater de frente com máquinas que escanerizam documentos até
em altíssima velocidade, mas... pôxa...na saida eles estão
fisicamente ao contrário. A questão está no projeto técnico do
transporte do scanner.
De fato, os documentos, para aterissar na mesma
ordem, após a escanerização, devem passar por um mecanismo de
transporte curvo, para que na saída possamos pegá-los e guardá-los
sem ter que sentar depois numa mesa e manualmente esfolheá-los um a um
para reordenar a massa.
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